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As suas crenças familiares são como agrotóxicos ou fertilizantes na mente do seu filho?


Crenças Familiares - Artigo do blog - Gisele Essoudry - Psicóloga

João Paulo nasceu em uma família que tem como principais valores a segurança e estabilidade, transmitidos de geração em geração.


Seu avô é funcionário público aposentado, e a avó Ida gosta de lembrar da época em que se conheceram quando se sentia orgulhosa, prestes a namorar um rapaz que iria trabalhar "para o governo". O que era uma grande conquista para um filho de imigrantes cuja família chegou a passar fome antes de trabalhar arduamente na agricultura em regime de subsistência.


Carlos o pai de João Paulo também seguiu carreira pública e a mãe Claudia sempre trabalhou em cargos administrativos em empresas sólidas, porém com um teto salarial.


João Paulo está no terceiro ano do ensino médio. Não sabe exatamente o que vai cursar, mas a única certeza é que quer estudar algo que lhe possibilite ter um bom emprego ou quem sabe decida estudar para um concurso público.


Um de seus maiores medos é ficar sem dinheiro, não conseguir bancar uma vida confortável quando for adulto.


Educação ligada ao medo da escassez X educação para o empoderamento


João Paulo cresceu escutando coisas como "dinheiro não dá em árvore”, "é preciso ralar muito".


Os ricos só são ricos porque fizeram algo fora da lei ou tiveram sorte. Estude para encontrar um bom emprego que te garanta bons benefícios como plano de saúde, vale refeição e previdência privada.


Andrea, a irmã de João Paulo é um pouco mais nova, tem 15 anos e já manifesta interesse pelo empreendedorismo e atividades criativas.


"Filha, aposte no tradicional, não arrisque esses cursos diferentes, aqui no Brasil é tudo mais difícil." É o que costuma escutar.


Tanto Joao Paulo quanto Andréa estão recebendo uma educação ligada ao medo da escassez e não ligada a empoderamento e conquista de sonhos.


Querido leitor, eu não quero que você pense que tenho algo contra segurança e estabilidade. Nem estou fazendo apologia ao risco ou ao "siga sua paixão".


Na verdade, eu tenho é tudo contra passar necessidade, viver na limitação e dependência financeira. Entendo que você é uma mãe ou pai consciente e busca dar o melhor preparo e conselhos para seus filhos. Mas pondere isso:


Alô, o mundo mudou, estamos em 2022 e não mais na década de 80!!


Sou filha de imigrantes, meu pai pisou no porto de Santos nos anos 60 e já arrumou um emprego logo de cara, por causa do seu inglês fluente. Algo muito valorizado pelas empresas ligadas ao comercio exterior. Esse era seu diferencial.


No passado, ter curso superior também já garantia um bom emprego, e se tinha inglês fluente, o sucesso era garantido. Com o tempo, e com o aumento na população com nível superior o mercado começou a ficar mais exigente.


Outros idiomas passaram a ser diferencial, assim como pós-graduação, MBA, e universidades renomadas. Até que mais e mais pessoas vão alcançando estes patamares, o mercado vai afunilando.


Entendo que a carreira pública pode sim ser interessante e perfeita para algumas pessoas dependendo do perfil pessoal, assim como a carreira corporativa. Se tornar um gestor de alto escalão, diretor, CEO, deixar um legado, exercer a liderança.


O Marketing, Finanças, Vendas, RH e outros setores de uma empresa podem proporcionar um caminho de crescimento extremamente estimulante.


Mas que seja uma escolha movida pelo desejo, pela ambição, pela conquista e não pelo medo da escassez!


Aliás, deixa te contar uma coisa: no processo de orientação profissional, vejo que tanto jovens quanto adultos sentem resistência a dizer que tem ambição. Normalmente confundem com ganância, ou ligam a prejudicar outras pessoas. Ambição é o desejo de conquistar, de superar obstáculos e isso deve ser estimulado. Muitas pessoas adoecem pela falta de desejo, de querer, de ambição.


Almejar é saudável. Quando uma pessoa alcança altos patamares ela pode dar oportunidade a outras pessoas!!


Se você quer o melhor para seu filho, foque nisso!


Proporcione circunstâncias favoráveis para o desenvolvimento pessoal, autoconhecimento, fortalecimento da autoestima.


Estimule o desenvolvimento de soft skills que são as habilidades comportamentais que não são ensinadas na escola: criatividade, negociação, liderança, comunicação, capacidade de organização, gestão do tempo, lidar com dinheiro, flexibilidade, adaptabilidade, atitude positiva.


Propicie possibilidades para que descubram seus valores próprios, o que os move. Que estejam conscientes de suas habilidades, pontos fortes, interesses e vulnerabilidades, e pontos a serem trabalhados.


Para que tudo isso? Para que desenvolvam uma mentalidade de crescimento e possam fazer as melhores escolhas.


Talvez você mãe ou pai pode estar se perguntando "como faço isso se tenho essas ideias de medo de escassez tão enraizadas, se cresci assim?"


Comece por você, pela sua mudança de mentalidade. A melhor forma de transmitir valores é pelo exemplo. Invista você também no seu desenvolvimento pessoal independente da sua idade. Sempre é tempo de mudar, de crescer, ampliar a mente.


A psicoterapia com um psicólogo focado em crescimento e desenvolvimento e não somente em doenças e transtornos é um excelente caminho. Assim como a orientação profissional conduzida por um psicólogo.


Se este conteúdo te ajudou de alguma forma, compartilhe com pessoas que podem se beneficiar. E se achar que posso contribuir com você a partir dos atendimentos, entre em contato para agendar uma consulta.


Para conteúdos sobre adolescência e orientação profissional, siga meu instagram https://www.instagram.com/giselepsico_/


Gisele Essoudry

Psicóloga e orientadora profissional

CRP 06118-106

Atendimento presencial e online

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